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      CARLINDA FRAGALE PATE NUÑEZ iniciou o seu percurso acadêmico, dentro do Instituto de Letras da UERJ, no Departamento de Letras Clássicas e Orientais. Aí lecionou língua grega em 1993 e, logo que ocorreu uma das raras oportunidades de concurso público para o Instituto de Letras, inscreveu-se, passou em primeiro lugar para Teoria da Literatura. Daí em diante, embora se dedicasse com esmero ao Departamento CULT, nunca deixou de participar das atividades do LECO: Departamento de Letras Clássicas e Orientais.

        Durante o seu estágio de Pós-Doutoramento na Alemanha, na Universidade de Freiburg, em 1996 e 1997, aproveitou a oportunidade para preencher lacunas bibliográficas nas nossas bibliotecas clássicas: livros, ou raríssimos no Brasil, ou existentes apenas em Bibliotecas alemãs e europeias e, como alguns deles, de fato, só se encontrassem em prateleiras europeias, foram xerocados pela sua própria mão. Quer dizer, não havia um funcionário para isso, enquanto o interessado ficasse apenas esperando, como sói ocorrer no Brasil. E nos enviava através de recursos particulares, sem nenhum custo.

       Com sua perícia de expertise no cumprimento de pesquisas, colaborou em ambos departamentos, realizando congressos, seminários e anais: nestes, não abrindo mão da participação do LECO em parcerias, trazendo convidados externos de outras universidades, abrindo assim contatos exteriores para o Instituto de Letras ou, então, formando parcerias em aulas setoriais: tanto na graduação das Letras Clássicas e Orientais, quanto na Especialização de Latim na Lato Sensu, bem como ainda com múltiplos ensaios para a revista Principia.

         Expandiu o diálogo acadêmico entre a Stricto Sensu e demais Departamentos, enquanto Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Letras nos anos de 2005 e 2006. E com o apoio do Prof. Dr. José Luís Jobim de Salles Fonseca, que, na ocasião tinha vínculo institucional de Diretor do Instituto de Letras, com gestão 2003 a 2007 e, em 2008, ao assumir a Coordenação Geral do Programa de Pós-Graduação em Letras, concretizou a expansão acadêmica da Professora Carlinda, fixando, de vez, um sistema de participação democrática de credenciamento e recredenciamento de Professores de outros departamentos na Pós Stricto Sensu do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

        Foi Procientista com bolsa da FAPERJ de 2003 a 2018, tendo sempre em vista o cuidado com a formação acadêmica dos seus pares, como o fez quando supervisionou a tese de Pós-Doutoramento de Leonardo Ferreira Kaltner, antigo aluno da Graduação de Língua Latina, do Instituto de Letras – UERJ, agora Pós-Doutorando na Stricto Sensu e abriu sua linha de pesquisa com José de Anchieta. O título da dissertação foi Escrever sobre a areia: estudos culturais sobre o Brasil do século XVI - observe-se a estética carlindiana do dedo de Midas, bem assimilada aí.

     Desde 2021, participa do LEC-UFF (Laboratório de Estudos Clássicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro). Escreveu Electra ou uma constelação de sentidos (2000) e organizou mais de uma dezena de livros acadêmicos. As áreas em que mais atua e produz são Literatura Comparada, Teoria da literatura e Recepção Clássica. 

       Ora, na sua lide acadêmica da Recepção Clássica, estimulou dentro do Departamento de Letras Clássicas e Orientais, eventos como o da homenagem a Junito Brandão em 2005, no qual abriu com o texto Mar de Histórias: Junito, um Mestre que se fez Mito, cujo título se deu a propósito de sua expressividade imaginária, como ela o diz adiante: Nas águas da hermenêutica: Oceano, mares, praias, a beira-mar, o estirâncio... são espaços que subsumem miragens dialéticas: lançar-se ao mar é, ao mesmo tempo, aventurar-se na imensidão só em parte tangível (...), assim só o diria Vergílio, em relação à fundação de Roma: Sic itur ad astra, ou, em relação à ousadia desafiadora do homem nas Grandes Navegações, como Camões, in Os Lusíadas:

Onde pode acolher-se um fraco humano,

Onde terá segura a curta vida,

Que não se arme e se indigne o Céu sereno

Contra um bicho da terra tão pequeno? (C. I, 106)

                                                                Amós Coêlho da Silva

                                                                                         Abril de 2023

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